sábado, 8 de setembro de 2007

Terapia Pelo Vizinho Sofredor


So, goodbye
Please, don't cry

We both know
I'm not what you need

And I will always love you
I always love you





Hoje foi um dia daqueles que a gente chega no fim e quando põe o cabelo no travesseiro fica se perguntando "se tudo não passou de uma pegadinha dos céus"...
Logo cedo, enquanto me arrumava, super atrasada, pra um casamento, meu anjinho resolveu que era hora de dar um mergulho e se atirou dentro da psicina... Lá fui eu botar minha "escova" na umidade do segundo banho que tive que dar nele...Saímos atrasados - eu com o cabelo arrepiado - mas ainda em tempo de ver a noiva entrar... entramos atrás dos padrinhos mas antes da noiva... Estava tudo lindo... as flores, os noivos, a igreja a música... seria demais se não fosse por um pequeno detalhe... Faz nove anos que casamentos me deixam melancólica... Sempre sonhei em casar, com véu, padre e grinalda... até o dia que percebi que com quem eu gostava não poderia ser... Achei que iria passar... mas nove anos não apagaram nada... pelo contrário...
Acabei aceitando e pensando que bastava escolher algum outro alguém de quem eu não gostasse tanto, mas pelo menos alguém com quem eu poderia ter uma vida junto... Ledo engano... Errei... Coisas assim não dão certo...
E agora, cá estou, apenas com meu filho... indo a casamentos e ficando triste enquanto penso em tudo aquilo que poderia ter sido e não foi... Hoje fiquei me perguntando até quando isso tudo vai durar...
Mas depois que o almoço foi servido na recepção... metade daquela tristeza devia ser fome... é que a a tristeza ficou um pouco mais amena. Cheguei em casa e decidi continuar aquela arrumação começada no dia da insônia... dessa vez iria mexer com caixas de contas... em cinco caixas de sapatos e uma pasta estavam espalhados: recibos, notas fiscais, balas, comprovantes, extratos, chicletes, canhotos de cheques, contas de água, luz e telefone, e balas (de novo)... guardadas desde 2001... Comecei das coisas mais recentes: de junho, julho e agosto de 2007... e o vizinho botou a Whitney Houston pra cantar o tema do Guarda-Costas... e eu pensei - Que legal!!! Terei essa músicas gostosinhas pra ouvir enquanto faxino essa baderna!!!!
Meia caixa de sapato arrumada mais tarde... e lá estava a Whitney cantando mais uma vez, e um pouquinho mais alto "And I... and I.... will always loveeee youuuuu.... youuuuu"... e eu pensei - Puxa... alguém deve gostar mesmo dessa música (ou do filme)...
Arrumei mais um pouquinho minha baguncinha e comecei a encontrar aquelas bobeiras que a gente guarda: poesias, ingressos... enfim... estava começando a ficar nostálgica... quando a Whitney cantava, pela terceira vez "will always loveeee youuu"... e eu pensei - Ainda bem que eu também gosto desta música...
Mais umas caixinhas despejadas na mesa... mais umas coisinhas inesperadas encontradas... um sentimental e honestíssimo e-mail impresso e nunca enviado... outro e-mail... enviado e dolorosamente doído... e lá estava a Whitney cantando, sem cansar aquela musica malvada... E foi no meio desse cenário 'pitoresco' que derepente mpercebi com lágrimas densas escorrendo pelo meu rosto... E a Whitney não paráva de cantar... era a quinta vez e eu estava pensando que quando conseguisse me recompor e voltar a respirar iria ligar pra segurança do condomínio mandar a Whitney parar de cantar... Pelo Amor de Deus... Que falta de respeito com a dor alheia... E aqueles agudos da música... repetindo... repetindooo... só sei que se eu estivesse no colo do Kevin Costner (como na famosa cena do filme) eu pediria pra ele me jogar no chão... bem forte.... pra eu morrer e nuncaaaa mais ouvir a musica que eu adorava.... até o fim da tarde do dia oito de setembro de dois mil e sete. Depois da overdose de 'willalwaysloveyou" eu perdi o humor, perdi a compostura e o ânimo de viver... e só me restou sentar e esperar meus pais chegarem com coisas bem calóricas pra abaixar o grau de ansiedade e depressão... Alguns (três) pães de queijo e alguns (três) pedaços do bolo formigueiro depois.... eu estava bem melhor pra transformar a raiva que sentia do vizinho em pena... muita pena... Afinal, a tarde musical dele me fez entender que, com toda certeza, ele devia estar sofrendo muito mais que eu...


Mensagem Importante: Sinto saudades


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