SONETO DE SEPARAÇÃO
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente. (Vinicius de Moraes)
... Sempre que algo me entristece até a dor da separação é o porto mais seguro... e aí volto eu a chorar pela mesma dor que começou há dez anos... E você tão longe... é a dor maior "fez-se do amigo próximo o distante"...
Tento uma vida diferente... mas voltei a chorar de novo...
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